O Porto é uma cidade carregada de história. Das lutas que travou subsistem as memórias de sítios e lugares, ruas e praças, inscritas nas tradições populares, literárias e míticas e também, no granito dos seus monumentos.
O Porto é, porventura, a única cidade que teve o privilégio de ter dado o nome a uma nação depois de, nas remotas eras da formação dos reinos peninsulares, o ter dado ao condado Portucalense. “Reconstruída” pelo Conde VIMARA PERES em meados do século IX, nunca a cidade poderá ser despojada dessa glória e dessa originalidade.
O Porto foi quase sempre um grande actor histórico, desempenhando normalmente o papel de segunda capital do país.
O Porto da segunda metade do século gozava de uma invejável posição na economia, na industria e nas finanças.
O Porto foi, durante o século passado, o berço da maior parte das grandes figuras das letras e das artes nacionais.
O Porto, cidade de granito, burgo medieval, nascido do rio Douro, berço do nascimento e formação de Portugal, tem uma personalidade única e inigualável.
- O Porto de Fernão Lopes - legendário, heróico e honrado.
- O Porto de Camilo - grotesco e dramático.
- O Porto de Garrett - irónico, pitoresco e sentimental.
- O Porto, que idolatrou Humberto Delgado
O Porto, com uma tradição histórica de participação cívica, de luta pela liberdade e possuidor de um elevado sentido de fraternidade, tem de mobilizar todos os cidadãos dotados de maioridade cívica, para que seja aprofundada a natureza democrática da relação entre os munícipes, os seus eleitos e a estrutura do poder local, que os representa.
O Porto, como cidade do trabalho, não pode ignorar o 1º de Maio.
O Porto, como cidade da Liberdade e da Democracia, não pode esquecer o 25 de Abril.
Pelo contrário; o Porto, deve relembrar sempre a sua tradição histórica e deve também contribuir decididamente, para que a cidadania seja assumida por completo, de molde a que a sua gente possa, como deve, participar mais activamente, na vida pública e política da sua cidade porque esta, não é propriedade de um qualquer presidente. É e será sempre...dos Tripeiros.
Só deste modo e depois desta prática estar definitivamente consolidada, é que se pode pensar que o Porto, sendo a Capital do Trabalho e da Luta pela Democracia, tem todo o direito a ser também, a Capital de uma Região.
«Lembre-me alguma coisa bem nossa, bem do Porto, bem tripeira, porque esta órbita é toda das reminiscências da minha infância, da minha terra natal.» (Almeida Garrett)
Coelho dos santos, portuense de nascimento, nortenho de raiz.
(2008.05.01)
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